NATAL NA PANDEMIA, POR OLIVAR CONEGLIAN
NATAL NA PANDEMIA
Do jeito de João Amaro
NATAL NA PANDEMIA
Do jeito de João Amaro
O ano passou depressa,
nem parece que existiu.
Os meses se diluíram,
o calendário fugiu,
o que sempre foi normal
quebrou, partiu-se, caiu.
E como se fosse um rio,
Deixou um rastro sofrido,
marca de muita lágrima,
um lembrar-se dolorido,
a perda do ser de amores,
e chorar por que perdido.
Mas sempre um gesto querido
apareceu na sacada,
deixando as festas, os bares,
saindo da rua, da estrada,
dando-se as mãos virtuais,
cantando sem cobrar nada.
Pra enfrentar essa parada
busca-se amor e paciência.
A cura vai demorar,
está nas mãos da ciência.
Uma grande solidão
corrói toda resistência.
Mas muita resiliência
é preciso nessa hora.
Um aguenta, outro cai,
há quem ri e quem chora.
É preciso fincar pé,
senão tudo desarvora.
Mas não dá pra ir embora
A luta é pra se enfrentar,
Cada um com seu problema,
Cuidando do seu lugar,
Mas olhando para os lados
Onde o belo pode estar.
E quando o Natal chegar,
vamos dar um grande abraço.
deixar o pranto de lado,
esquecer todo cansaço,
saber que lá no futuro
a praga é apenas um traço.
Que o Natal seja esse laço
estreitando a humanidade.
Em vez de chorar as mágoas,
vamos rezar com piedade.
Em vez de muita tristeza,
fique apenas a amizade.
E quem tem grande saudade,
guarde-a n´alma com carinho,
e olhe ao seu derredor,
pra nunca ficar sozinho.
E verá todos iguais
com roupa rota ou de arminho.
Brindando a taça de vinho,
Presentes pra quem quiser.
O que vale a pena mesmo
Não é ter, mas é ser.
E como Jesus faz sempre,
vamos todos renascer.
Pra todo mundo viver,
um brinde olhando pros céus,
e quando os céus permitirem,
fora máscaras e véus.
E os pedidos de Natal
aos pés do Menino Deus.
Olivar Coneglian
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